Parte I
Além dos problemas de memória e linguagem, a DA provoca outras complicações. Até mesmo nas fases iniciais da doença o paciente pode apresentar:
• deterioração do pensamento (ao buscar a solução de um problema, passa de um ponto a outro, muitas vezes repetindo o mesmo pensamento, como em um círculo vicioso);
• desorientação temporal e espacial (ao andar pela rua, perde rumo, andando muitas vezes perde a noção do tempo é capaz de ficar horas fazendo a mesma coisa);
• perda da capacidade de cálculo (o paciente se esquece como fazer contas, até mesmo as mais simples, como e dividir);
• redução da capacidade de apreender novos conceitos (como mexer no controle remoto da televisão nova, por exemplo).
• alterações no senso de julgamento, demorando a tomar decisões, ou nunca se decidindo por uma coisa ou por outra.
Também é muito freqüente que o paciente apresente sintomas psiquiátricos e distúrbios comportamentais.
As manifestações mais encontradas são:
• depressão
• ansiedade
• alterações da percepção (não entende o significado do que vê. ouve ou sente)
• alterações da personalidade (com o passar do tempo, o humor e o temperamento
vão se modificando e o paciente acaba sendo visto como genioso, mal-humorado ou violento.
• apatia ou desinteresse por tudo o que se passa a seu redor (os pacientes são capazes de ficar sentados durante horas, fitando o vazio)
• insônia (com a falta de sono, eles vagam de um lugar a outro na casa)
• distúrbios de alimentação (falta de apetite na maior parte das vezes, ou, em alguns casos, comer sem parar)
• distúrbios do comportamento sexual (algumas vezes o paciente fica completamente desinteressado ou, no extremo oposto, faz, ou tenta fazer, sexo de maneira aleatória).
Mal de Alzheimer – Os sintomas - Parte II
Os primeiros sintomas cognitivos estão relacionados a alterações de memória.
Freqüentemente, o primeiro sintoma é um transtorno da memória recente – a pessoa passa a ter dificuldade de apreender novas informações e de lembrar-se de fatos atuais.
Os fatos ocorridos no passado, entretanto, são facilmente lembrados.
Nessa fase, a memória de procedimentos, ou seja, a memória para atividades automáticas do dia-a-dia, está, em geral, preservada.
Os resultados obtidos em testes neuropsicológicos mostram que os pacientes têm dificuldade para memorizar listas de palavras, mesmo com repetições.
À medida que a doença progride, há também um declínio da memória remota, comprometendo a capacidade de resgatar informações antigas.
O ritmo: imprevisível
Algumas perguntas básicas são feitas por familiares e amigos do paciente. Uma delas diz respeito a como se darão as mudanças. Serão lentas? Que tipo de comportamento ele terá no futuro? Será capaz de os mais próximos?
infelizmente, não há respostas prontas. A doença se manifesta de diferentes maneiras. E evolui também de modos distintos, variando de pessoa para pessoa.
Outra variação está nos sintomas, diferentes em cada patente. Por isso, não se pode prever o que acontecerá no futuro.
No próximo bloco comentarei sobre os tratamentos não medicamentosos.
Mal de Alzheimer – Tratamentos não Medicamentosos - Parte III
Este é um item importantíssimo. Essas terapias – uma das quais é a reabilitação neuropsicológica – também têm ajudado muitos pacientes.
Eles, em geral, apresentam melhora na cognição e no Desempenho das tarefas diárias.
Assim, é fácil entender que o ideal seria combinar os Dois tipos de tratamento. Isso proporcionaria melhores Resultados aos pacientes.
Embora haja poucas pesquisas sistemáticas sobre os efeitos da reabilitação em pacientes com DA, muitos profissionais realizam um programa de treinamento de memória, individual ou em grupo, com esse tipo de paciente.
Essas intervenções geralmente são feitas no início doença. Isso porque nessa fase os pacientes têm facilidade para aprender técnicas que facilitam a memorização, assim como para incorporá-las ao seu dia-a-dia.
Por ser um tratamento que exige recursos, dedicação e esforço por parte do paciente e de seus familiares, bem como recursos financeiros e tempo disponível, os objetivos e prazos de trabalho devem ser estipulados.
Isso facilita a adesão do paciente ao tratamento e evita falsas esperanças.
Os resultados de pesquisas sobre reabilitação apontam que as terapias não-medicamentosas podem ter papel relevante no tratamento da DA. Elas promovem melhor entendimento e, conseqüentemente, melhor manejo de problemas clínicos e afetivo-emocionais.
Um fator importante é que, após o diagnóstico de DA a atenção de todos, inclusive do próprio paciente, volta-se exclusivamente para os problemas.
Negligencia-se o fato de que os pacientes possuem muitas capacidades e habilidades, as quais podem ser usadas e aproveitadas para melhorar as condições de vida e o bem-estar.
Isso não deve acontecer. Diante do diagnóstico de DA é preciso ter uma atitude positiva, no sentido de valorizar e estimular essas capacidades e habilidades.
Cabe aqui um alerta: será necessário cada vez mais a obtenção de maiores informações sobre a doença, bem como o aumento do número de clínicas e de centros de saúde e educação, com profissionais especializados.
Esses profissionais podem ajudar os pacientes a reconhecer suas potencialidades e trabalhá-las, além de propiciar a eles, a seus familiares e cuidadores oportunidades favoráveis para a expressão de dúvidas e medos.
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