O relato a seguir é parte da minha experiência com a
Siderose Superficial.
Meu nome é Renato Artur e este é o meu relato:
"Minha situação médica é a seguinte: em 1989
sofri um problema neurológico, passei mal durante 24 horas, com dores de cabeça
e vômitos em jato, no dia seguinte meu globo ocular sofreu uma paralisia, minha
visão ficou deslocada.
Fiz um tratamento por duas semanas e voltou ao normal. O
médico que me acompanhou disse, na época, que não haveria nenhuma sequela.
Em 2003/2004, comecei a perder parte de minha audição, além
de escutar ruídos permanentes.
Hoje em dia perdi cerca de 30% da minha
capacidade de compreensão.
Sons com frequência muito alta, como voz de criança,
mulheres e alarmes de celulares, por exemplo, não consigo ouvir ou compreender.
Passei a sofrer de ataxia por volta de 2008, hoje tenho
dificuldades na hora de caminhar e passei a utilizar um andador como apoio.
Além de dores permanentes na coluna, sofro também com a falta de equilíbrio em lugares com pouca
iluminação e ao caminhar.
Como moro em um estado com poucos recursos médicos,
Maranhão, e o neurocirurgião que me acompanhava, em 2010/2011, disse que meu
caso era uma hérnia de disco e que precisaria operar a coluna cervical, pedi
ajuda ao meu irmão e viajei para a cidade do Rio de Janeiro, onde nasci e toda
minha família vive.
Lá fiquei por 9
meses, de março a dezembro, passei por 4 hospitais diferentes, por 4 equipes de
neurologistas e neurocirurgiões diferentes.
Todos os médicos que me examinaram
disseram que não se tratava de hérnia de disco, todas as hipóteses para meu
quadro clínico foram testadas através de diversos exames.
Até que uma médica,
que também é professora na Universidade Federal do Rio de Janeiro, fez a
pesquisa, a partir de meu problema de audição mais a ataxia e encontrou o
diagnóstico da Siderose Superficial.
Os exames feitos após o diagnóstico não
puderam detectar o sangramento que originou a SS, pois já haviam se passado
quase 15 anos do inicio do problema.
Tenho tentado compreender melhor o que é a Siderose e foi no
site da Nova Zelândia que encontrei respostas para minhas dúvidas e que pude
entender todo o processo que sofri nestes anos. Agora tento passar adiante
estas informações para alertar as pessoas e buscar outros “sobreviventes”
brasileiros".
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