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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

INTOXICAÇÃO PELO CHUMBO

INTOXICAÇÃO PELO CHUMBO



Vida e Homeopatia
INTOXICAÇÃO PELO CHUMBO
Grande parte de pintores de paredes, pintores de automóveis, pintores de quadros, cabeleireiras que pintam cabelos e antigamente linotipistas que usavam caracteres em chumbo, bem como aquelas pessoas que primeiro se levantam e tomavam água dos filtros com torneiras de chumbo, eram e são vítimas sujeitas a intoxicação pelo chumbo.
Algumas delas vinham a falecer e outras sofriam tratamentos inadequados, por se tratar de diagnósticos imprecisos.
Os sintomas de intoxicação por chumbo são muitos, sendo os principais: dores abdominais, fezes duras e em bolas, lista azul nas bordas da das gengivas, tremores musculares, câimbras, umbigo retraído, etc.
Antigamente os tratamentos eram mais difíceis e prolongados e deixavam sequelas, como, caminhar trôpego e paralisante.
Atualmente, com o emprego de produtos homeopáticos o tratamento é rápido e completo, se feito a tempo não deixa sequela.
Tratamento: administrar PLUBUM na dinamização CH 30 e se for necessário CH 50 após 5 dias, duas vezes ao dia, por poucos dias. Administrar CHELIDONEUM e PHOSPHORUS CH 6 de 12 em 12 horas para ajudar o fígado a eliminar o chumbo do organismo e também administrar NUX VOMICA CH 30, 5 gotas meia a uma hora antes do almoço e as 5 horas da tarde, já que os intoxicados por chumbo sentem dificuldades na digestão de alimentos sólidos.
Com este tratamento os pacientes sentirão grande conforto e alívio em menos de 5 dias.

http://faustoferrer.com.br/texto_intoxicacao.php

TOXICIDADE DO CHUMBO

TOXICIDADE DO CHUMBO

O chumbo é um metal cinza-azulado encontrado em pequenas quantidades na crosta terrestre, geralmente associado a minérios, principalmente aos que contêm zinco.



O chumbo possui um baixo ponto de fusão (327,5 °C), a ductibilidade e a facilidade de formar ligas, devido a essas características, o chumbo acabou sendo muito utilizado pelo homem, desde a antiguidade, para a confecção de utensílios domésticos, armas, adornos e etc. Tendo isso causado diversos casos de intoxicações ocupacionais e ambientais, pois a toxicidade do chumbo era desconhecida e, seu manuseio era precário.

torneiras romanas chumbo antigas
Torneiras romanas de chumbo
A toxicidade do chumbo teve seus primeiros relatos há mais de 2000 anos. No entanto, na primeira revolução industrial no século XVIII, quando a utilização do chumbo atingiu uma grande escala, os casos de intoxicação com o chumbo cresceram muito, pois às condições de manuseio do chumbo ainda eram precárias, sem conta, que muitas pessoas ainda não tinham o conhecimento da toxicidade do chumbo. 

Hoje apesar de se ter maior conhecimento sobre a toxicidade do chumbo, ainda não tem como se proteger 100%, alguém que trabalha com seu manuseio, mas tem como evitar que o resíduo do chumbo contamine rios, lagos e mangues. No entanto, ainda acontecem algumas tragédias de contaminação, como no caso da COBRAC em Santo Amaro (Ba).

foto companhia brasileira chumbo cobrac
Foto da antiga Companhia Brasileira de Chumbo (COBRAC), responsável por transformar a cidade de Santo Amaro da Purificação (Bahia) em uma “cidade de chumbo”.

COMO OCORRE A CONTAMINAÇÃO POR CHUMBO


O chumbo não apresenta nenhuma função fisiológica conhecida sobre o organismo de seres humanos e animais. Quando o chumbo entre em contato com o organismo, o mesmo não sofre metabolização, sendo complexado por macromoléculas, diretamente absorvido, distribuído e excretado.

As vias de contaminação podem ser a inalação de fumos e poeiras (mais importante do ponto de vista ocupacional) e a ingestão (através de água e alimentos contaminados). Apenas as formas organificadas do metal podem ser absorvidas via cutânea. O chumbo é bem absorvido por inalação e até 16% do chumbo ingerido por adultos pode ser absorvido. Em crianças, o percentual absorvido através da via digestiva é de 50%. Uma vez absorvido, o chumbo é distribuído para o sangue, onde tem meia-vida de 37 dias, nos tecidos moles, sua meia-vida é de 40 dias e nos ossos, sua meia-vida é de 27 anos, constituindo estes o maior depósito corporal do metal armazenando 90 a 95% do chumbo presente no corpo.
    ossos crianças expostas chumbo
    Bandas densas em metáfises de ossos longos de crianças expostas ambientalmente a chumbo (criança residente nas proximidades de fábrica de baterias).

    DOENÇA CAUSADA PELA INTOXICAÇÃO POR CHUMBO


    saturnismo (ou plumbismo) é o nome dado à intoxicação por chumbo, termo derivado do deus romano Saturno, que os romanos acreditavam ser quem lhes concedeu esse metal.

    O saturnismo têm vários sintomas característicos, dependo da concentração de chumbo no sangue, e se a concentração de chumbo for muita alta acima de 100µg, pode causar até a morte da pessoa. 

    Os sintomas iniciais do saturnismo em uma leve exposição ao chumbo são frequentemente sutis e inespecíficos envolvendo o sistema nervoso (fadiga, irritabilidade, distúrbios do sono, cefaleia, dificuldades de concentração, redução da libido), sistema gastrointestinal (cólicas abdominais inespecíficas de fraca intensidade, anorexia, náusea, constipação intestinal, diarreia), dor em membros inferiores e morte do feto em caso de mulher gravida.

    Já se a exposição for um pouco maior, esses sintomas podem evoluir em quadros crônicos de maior gravidade, que se manifestam por meio de nefropatia com gota (redução da eliminação de uratos) e insuficiência renal crônica, encefalopatia crônica com alterações cognitivas e de humor, e neuropatia periférica. 

    Já casos de intoxicações agudas decorrentes de exposições intensas por períodos curtos são excepcionais. Pois geralmente, os quadros agudos surgem no curso de intoxicações crônicas e se caracterizam por encefalopatia aguda (confusão mental, cefaleia, vertigens e tremores aos quais se seguem convulsões, delírio e coma), neuropatia periférica grave com paralisia de músculos cuja inervação foi fortemente atingida (geralmente o nervo radial). 

    Os quadros agudos podem cursar ainda com cólicas abdominais difusas de forte intensidade (muitas vezes acompanhadas de constipação intestinal, hipertensão arterial, ausência de leucocitose ou alterações no exame do abdome e excepcionalmente febre). Este último quadro, também chamado de cólica saturnina constitui uma importante forma de manifestação da intoxicação. São relatados ainda quadros de nefropatia aguda com tubulopatia proximal com aminoaciduria, fosfatúria e glicosuria , "síndrome de Fanconi". 

    Existem ainda estudos sobre a possibilidade de o chumbo causar câncer. Porem, os resultados ainda são inconclusivos.

    REFERÊNCIAS


    https://www.engquimicasantossp.com.br/2012/07/toxicidade-do-chumbo.html


    SINTOMAS PSIQUIÁTRICOS RELACIONADOS À INTOXICAÇÃO POR METAIS PESADOS

    Psiquiatria na Prática Médica

    SINTOMAS PSIQUIÁTRICOS RELACIONADOS À INTOXICAÇÃO POR METAIS PESADOS
    Prof. Dra. Márcia Gonçalves*

    Introdução
    Muitos relatos de consequências à exposição excessiva aos chamados metais pesados, incluindo manifestações psiquiátricas são descritas.
    Os metais pesados mais comumente  descritos como possíveis de acumular no organismo são: chumbo inorgânico, mercúrio, manganês e outros.
    Eles possuem como características toxicológicas, a afinidade por um órgão específico e também o fato de serem excretados lentamente.1 São eles:

    Mercúrio
    Aristóteles chamava-o de prata líquida, sendo essa intoxicação também denominada hidrargirismo. As atividades ocupacionais sujeitas ao risco de intoxicação são extração e fabricação do mineral do mercúrio e seus compostos além de fabricação de tintas, solda de aparelhos como barômetros, manômetros, termômetros, interruptores, lâmpadas, válvulas eletrônicas, ampolas de raios X, retificadores; amalgamação de zinco para fabricação de eletrodos, pilhas e acumuladores; douração e estanhagem de espelhos; recuperação de mercúrio por destilação de resíduos industriais; tratamento a quente de amálgamas de ouro e prata para recuperação desses metais; fungicida no tratamento de sementes e brilhos vegetais e na proteção da madeira.3
    Garimpeiros da região amazônica correm grande risco de intoxicação, já que utilizam esse metal para extração do ouro.1
    A contaminação mercurial ocorre principalmente pelas vias respiratórias , seguida pelas vias digestiva e cutânea. Após sua absorção acumula-se principalmente em rins, fígado e centros nervosos. 2 Os distúrbios psíquicos e neurocomportamentais manifestam-se por irritabilidade, timidez, desânimo, perda da autoconfiança, medo e, ocasionalmente, explosões de extrema cólera – sintomas conhecidos como eretismo mercurial. São observados também melancolia, ansiedade, insônia, perda da auto-estima, dificuldade na concentração, embotamento intelectual, mudanças de personalidade e, em casos mais avançados, perda da memória, delírios e alucinações. A intoxicação ocupacional pelo mercúrio inorgânico é passível de ocorrer nas indústrias de chapéu e acarretar a clássica síndrome do chapeleiro maluco (personagem do livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol.

    Manganês
    Encontrado na natureza sob a forma de óxido de manganês, apresentando características físico-químicas parecidas com as do ferro. As atividades ocupacionais sujeitas ao risco de intoxicação são extração, tratamento e trituração de pirolusita (dióxido de manganês); fabricação de ligas e compostos de manganês; siderurgia; fabricação de pilhas secas e acumuladores, vidros especiais e cerâmicas; preparação de permanganato de potássio e fabricação de corantes; soldagem de eletrodos contendo manganês; fabricação de tintas e fertilizantes; curtimento do couro.3
    Os distúrbios psíquicos e neurocomportamentais,são: inquietude, animação e risos incontroláveis ou pranto, passíveis de atingir cerca de 20% dos casos. Podem surgir entre os sintomas neurológicos tremores da língua e das extremidades e fraqueza muscular.4 Verifica-se também a ocorrência de indiferença, apatia, sonolência, cefaléia, astenia, excitabilidade e outros. No manganismo também ocorrem oscilações do humor, pesadelos, atos compulsivos, alucinações e alterações da marcha conhecidas como passo de bailarina.4

    Chumbo
    O chumbo foi um dos primeiros metais a ser manipulado pelo homem, alcançando, a partir do século 18, utilização industrial em grande escala até os dias atuais.  As atividades em que há risco de intoxicação pelo chumbo e seus compostos tóxicos são extração de minérios, metalurgia e refinação do chumbo; fabricação de acumuladores e baterias (placas); fabricação e emprego de chumbo tetraetila e tetrametila; fabricação e aplicação de tintas, esmaltes e vernizes à base de compostos de chumbo; fundição e laminação de chumbo, bronze, etc.; produção ou manipulação de ligas e compostos de chumbo; fabricação de objetos e artefatos de chumbo, inclusive munições; soldagem; indústria de impressão; fabricação de vidro, cristal e esmalte vitrificado;sucata, ferro-velho; manufaturação de pérolas artificiais; olaria; fabricação de fósforos.3
    São característicos do acúmulo,  episódio delirante agudo, que pode eclodir nas intoxicações agudas (e também nas crônicas): confusão, insônia, inquietude, tremores, medo, explosões de violência, alucinações visuais e delírios que muitas vezes são de conteúdo persecutório, podendo ainda ocorrer convulsões. Já nas manifestações crônicas podem ser observados apatia ou depressão, alteração de linguagem, esquecimento e, às vezes, confabulações sugerindo a síndrome de Korsakoff. A progressiva deterioração mental pode sugerir um quadro de paralisia geral e também de neurastenia, em que ocorrem irritabilidade e depressão no paciente com queixas de fraqueza, fatigabilidade e vertigem.2

    Sulfeto de carbono
    As atividades ocupacionais em que há risco de intoxicação pelo sulfeto de carbono são indústria de viscose, raiom seda artificial; fabricação de sulfeto de carbono; fabrico e emprego de solventes, inseticidas, parasiticidas e herbicidas; preparação de vernizes , resinas, sais de amoníaco, tetracloreto de carbono, têxteis, tubos eletrônicos a vácuo, gorduras; limpeza a seco, galvanização, fumigação de grãos; processamento de azeite, enxofre, bromo, cera e iodo.3
    Os primeiros registros dessa intoxicação datam de 1856, na França, onde os trabalhadores apresentavam alterações como depressão, perda da força de vontade, da auto-estima e da memória, ficando impossibilitados de exercer outras atividades. Episódios maníacos agudos também foram descritos por uma revista inglesa em uma indústria de vulcanização de borracha onde, para evitar que os intoxicados se atirassem pelas janelas, guarneciam-se as mesmas com grades.
    São sintomas psíquicos e neuro-comportamentais do manganês, insônia, pesadelos, fadiga, impotência, incapacidade de concentração, perda da memória.4
    Tratamento
    O tratamento para este tipo de intoxicação é feito através de substancias quelantes, formadores de complexos inactivos: interacção com o tóxico dando origem a complexos inertes e hidrossolúveis que são posteriormente excretados, como a desferroxmina nas intoxicações pelo ferro e alumínio. Aceleradores da metabolização e  alterações nutricionais que melhoram a excreção destes metais também são usados como tratamento adjuvante para essas enfermidas. Psicofármacos que alteram as funções do SNC são utilizados para controle dos sintomas psiquiátricos causados por esse tipo de intoxicação. 1
    Referências
    1- Buschinelli JTP. Agentes químicos e intoxicações ocupacionais. In: Ferreira MJ. Saúde no Trabalho. São Paulo: Roca, 2000.p.137-75
    2- Camargo DA, Oliveira JI. Transtornos neuropsiquiátricos nas intoxicações ocupacionais. In: Guimarães LAM, Grubits S. Série Saúde Mental e Trabalho. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004. Vol. III. p. 95-117.
    3-Dias CD. O manejo dos agravos à saúde relacionados com o trabalho (Lista das Doenças Profissionais ou do Trabalho, Anexo II, Decreto 611/1992). In: Mendes R. Patologia do trabalho. Rio de Janeiro: Atheneu, 1995. p. 59-85.
    4-Kolb J. Síndromes cerebrais resultantes de intoxicação por droga ou veneno. In: Kolb J. Psiquiatria clínica. São Paulo: interamericana, 1997. p. 273-85.
    *Acadêmico do 4º ano de Medicina da Universidade de Taubaté
    ** Professora da disciplina de psiquiatria da Universidade e Taubaté.












    Email: margonps@yahoo.com.br